A Minha Sanzala

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18 de novembro de 2005

Uma por outra

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"Fio": Um café na Esplanada

carranca
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Uma por outra Hoje, 23:37
Forum: Conversas de Café
Mermão, não te assustes que não morri, não fugi nem me falta electricidade. Foi mesmo só parar para pensar pois tu sabes que o que aqui te conto é verdade mesmo que não tenha acontecido. Sabes, mermão que ainda estou obnubilado com o perfume do início do zulmarinho, com o sal que me abraçou quando me atirei nele com toda a gana que eu tinha. Tu sabes, mermão, que depois fica a ressaca e a gente tem que a carpir até se sentir com coragem para enfrentar aquilo que não é a vida querida mas a que tem que ser.
Sabes, mermão, fosse eu missionário de Maria ou de José ou lá de quem seria e a coisa piava de outra forma que não a forma de pão que alimenta o corpo, mas o espírito levitaria atrás do referido e imaginário arquitecto.
Como sabes, mermão, aqui se sentam todas as formas, as ovais, quadradas, barrigudas, narigudas, os calados, os que falam, os que ouvem e nem respiram. Mas aqui se sentam todos os que têm o dito cujo para pôr sobre a cadeira. Todos estão aqui com a esperança de ouvir as estórias, com a vontade de saborear as salgadas lágrimas que salpicam das ondas do final do zulmarinho que tem o seu início lá depois da liha recta que é curva.

Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

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