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29 de novembro de 2005

Uma estória verdadeira(5)




"Fio": Um café na Esplanada

carranca
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Uma estória verdadeira (5) Hoje, 18:34
Forum: Conversas de Café
Amanhecer ainda não amanheceu mas toca a retribuir beijos e abraços que são horas de ir pôr o corpo na horizontal porque depois de amanhecer muita coisa há para fazer, mesmo que seja Domingo. Não vim aqui só para te ver na superficialidade duma área limitada pela capacidade dos meus olhos já cansados de chorar as lágrimas que não caíram, por causas que sabes bem porquê. Eu vim para te ver toda, no mais que eu te puder pôr a vista em cima. Tu sabes bem como é que é. Tens recebido a visita de muitos ilustres desconhecidos que te conhecem bem e que tu sabes bem quem eles são e ao que te vêm cá fazer. Para ti, eu sei, que sou só mais um. Para mim eu sou o mais importante e isso é que me é importante.
Por isso, não é hoje que te vou ver o Sol nascer. Vou mesmo ter que ir pôr o corpo na horizontal e recapitular de cabeça os filmes vividos e os que há para viver. Dormir para acordar deste sonho em que me encontro.
Eu sei que esses cambas são cinco estrelas, mas eles sabem que eu preciso ter os sentidos todos no sentido de um militar em prontidão. Eles me compreendem e por isso cada um vai na vida que mais logo a gente se vê outras vezes mais.
Não sei se houve toque de alvorada ou não. Dormi que nem calhau rolado, nem mexi um músculuzinho qualquer, foi tiro e queda.
No programa de hoje, sendo que te sou importante, na minha óptica como já te disse, tenho que ir prestar a minha homenagem ao heróis de Kifangondo, cerca de 15 km, mais coisa menos coisa que não ando de fita métrica nas medições nem outras coisas mais modernas, da bonita cidade de Luanda, que encontro neste Domingo, despida de trânsito, vazia para mim, mostrando as suas curvas e rectas sem cerimónias, largo da Maianga, Kinaxixe e outras praças bem nuas para eu poder olhar nelas com olhos de ver bem vistas as coisas. Não encontro uma cidade suja nem desarrumada de coisas. Me diziam que tinha sítios que era preciso ser alpinista para poder passar sobre o monte de lixo. Desconsegui de ver por completo esse monte. Te digo que te vi a necessitar de maquilhagem numa ou outra ruga, de um pintar de cabelo aqui e ali, mas nada do que eu não sabia que era assim. Te conheço mesmo não estando contigo faz mais anos que eu já nem lembro.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

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