Está sol. Um sol fresco. É Abril. Primavera. Se por acaso estivesse a chover eu iria dizer que detesto o barulho da chuva bater nos vidros da janela do meu quarto. Mas gosto do cheiro a terra molhada que sobra depois. Esse cheiro me leva aos perfumes da adolescência, ao meu passado, às três tardes chuvosas do ano, com o céu escuro que quase parecia noite, um entardecer precoce, em que da varanda da minha casa admirava a casa da vizinha, separada de mim por uma forte cortina de água. Fronteira intransponível que me apetecia sempre ultrapassar. Mas também os raios de sol eram a fronteira.
Afinal de contas eu gosto é da chuva de Março.
Afinal de contas eu gosto é da chuva de Março.
Sanzalando
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