recomeça o futuro sem esquecer o passado

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28 de abril de 2009

Capitulo primeiro (8)

Que se lixe se eu larguei tudo para calcorrear as ruas de Lisboa para te encontrar num dia qualquer de Inverno, sabendo que com esse gesto eu estava a rasgar folhas da minha vida.

Mas que importância tiveste na minha vida?

Nenhuma. Porque esse tudo foi um nada, coisa nenhuma.

Perdoa-me por tudo o que tenho estado a dizer-te mas a verdade é que neste reencontro comigo eu voltei a encontrar-te nas  página amarelecidas da minha memória e já não sei qual o formato do teu rosto, a largura das tuas ancas, o brilho dos teus olhos. Já nem me lembro a dimensão do teu sorriso. Ris? Não me consigo lembrar. Não sei se é por esquecimento meu ou se é mesmo porque trinta anos é muito tempo.

Eu acabei de segui o meu rumo e olhando para o lado tu não estavas ali e as tuas palavras mais recentes, que eu me lembre, foram há uns trinta anos lá para trás:

- Diga? Não o conheço!

Seca, amarga e arrogantemente me falaste quando depois duns pares de anos sem te ver perguntei pela família num encontro casual e tantas vezes clandestinamente por mim desejado..

O convite que me tinhas feito para esperar uns anos e que eu por alguns dias me esqueci porque era jovem, irrequieto no olhar e pouco egoísta no amar, acho foi a razão de teres batido com a porta da amizade duns tantos muitos anos. O meu coração estremeceu e parecia que tinha apenas lugar para a dor.


Sanzalando

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