recomeça o futuro sem esquecer o passado

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27 de abril de 2009

Capitulo primeiro (7)

Pouco me importa se passei horas à varanda para ver se te via, se ia à praia só para poder estar mais perto de ti, estando-me nas tintas se a água estava fria ou o mar estava carregado de pica-pica, se os amigos estavam a jogar à bola e ela para mim fosse um instrumento de atrapalhação, se as mapundeiras tinham dado à costa ou não, desde que eu te pudesse ver no teu biquini azul debaixo do toldo cor de laranja mais ou menos frente ao ecran de cimento armado.

Pouco me importa o que é que possas pensar dos momentos, poucos, em que ia ao cinema e tinha o imerecido prémio de me sentar a teu lado porque a tua mãe não podia ir por causa dumas quaisquer dor de cabeça. Quero lá saber o que é que pensavas quando passeavas no diário passeio dos tristes, às 18 horas de todas as tardes, e me vias aqui e pouco depois ali, não sabendo que eu tinha que dar uma corrida de tantos à hora para poder estar em dois lugares quase ao mesmo tempo, escondendo o cigarro que se me colava nos dedos e que eu pensava que me  transformava num adulto precoce.

Que interesse tem que eu tenha passado a ser um aplicado aluno a partir do momento que tu me passaste a dizer olá? Quem é que vai dar importância ao orelhudo magríssimo e cabeludo que tudo o que fazia tinha em vista te agradar. Bem, quase tudo. Nunca consegui aprender a jogar ténis. Mas aprendi a fazer vela. Mal, eu sei. Desde que eu pudesse estar no vourrien... mesmo quando a retranca teimava acertar-me na nuca de modo a que eu visse estrelas em plena manhã.

Mas que importa isso? 


Sanzalando

1 comentário:

  1. Ora cá estou eu na fila 1 para ver a estoria das 7 partes.
    Adorei aquela de tentares contrariar as leis da fisica... não é que era mesmo assim!
    SJB

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