Espairecendo ao vento como quem veleja por desencantos, descubro que mais importante que ter alguém é ter paz.
O vento sopra forte, oscilando-me e eu seguro-me porque sei lidar comigo, sei suportar-me e sei ter calma para esperar um dia de amanhã em que eu esteja em paz e consiga arranjar alguém.
Arranjar, ter alguém. Forma bruta de gastar palavras simples que querem dizer ternurentamente que gosto de ti, sento tu um ainda não sei quem.
Posso sentir-me feliz? Vou fazer por isso!
É evidente que não vou esquecer que a vida segue, tenha eu paz ou não. O que foi bonito continuará a sê-lo na memória mesmo que a gente apague tantas coisas para mais não lembrar. Tem momentos que olhado o passado os olhos brilham. Finjas ou não, eles te denunciam. Por isso sigo o caminho do vento, de encanto e desencanto, da paz interior à calma exterior. Preciso percorrer novos caminhos, reinventar futuro e deixar no correr das horas os dias perdidos, abandonar os pesadelos e criar sonhos que são o combustível da alma.
Espairecendo ao vento o meu corpo e a minha alma tentam acompanhar-me, com esforço.
Sanzalando
Sem comentários:
Enviar um comentário