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14 de dezembro de 2013

sopra vento

Sopra vento forte de raios te partam. Enquanto sopras dou comigo a velejar ideias, dunar pesadelos em campos vastos de solidão e a sorrir areias de sonhos desfeitos. Pareço-te triste? Mas não. Caiem folhas, despenteio-me, outono, inverno e inferno num dia só, mas a minha capacidade de transformar toda a tristeza em alegria é tão grande que até o subterrâneo da consciência é enganado. Às vezes acordo triste só porque me espera mais um dia feliz. Contradigo-me? Conhece-me e verás. Sopra vento! Derruba-me! Assobia!
Às vezes até apetece dar-me uma morridazinha, assim um pouco tempo de morto só para ver a qualidade da minha vida desde o outro lado. Compreendes? Claro que não, se és vento e apenas ar em movimento. Irracional!
Sopra vento de rios te partam, não fosse este meu desmesurado ego e eu perdia toda a minha força motriz numa avaria do sistema integrado de inteligência artificial.
Sopra vento de raios te partam que a mim só me obrigas a abrigar para não me despentear.


Sanzalando

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