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17 de dezembro de 2013

procuro tempestades

Atiro palavras contra o vento a ver se colho tempestades. Talvez apenas porque esteja cansado de ser assim um meio sal, sentir um frio na barriga ou mesmo a dor instantânea dum tiro e não reagir sem ser explosão que no segundo seguinte apagou.
Atiro palavras cada vez mais fortes contra o vento. Procuro estrelas num céu de meio dia. Procuro fogo numa lenha molhada.
Eu sei que me acabas de chamar idiota, palhaço e quem sabe otário. Mas insisto até que o teu vento me despenteie. Persistente ou teimoso, pouco me importa, talvez porque procuro palavras para tudo e para nada sem mesmo saber que as uso.
Atiro palavras, procuro tempestades sabendo que vou sentir dor e que o sofrimento seria opcional. Insisto e ainda não descobri porque não desisto e sigo em frente como toda a gente.
Atiro palavras sem métrica, sem pontuação e nem cadência até que o cansaço me vença.
Atiro palavras contra o vento a ver se colho tempestades.


Sanzalando

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