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26 de julho de 2020

eu e o vento

Vou empurrado pelo vento como se fosse uma folha velha duma árvore. Me deixo ir. Só assim, levado pelo vento. E como folha rebolo, dum lado para outro. Vagueio na rua da vida levado pelo vento. Quando ele pára eu paro. É um segundo de saudade. Quando ele sopra forte eu levanto e voo levando comigo as minhas insónias, os meus pesadelos, os meus amores e os meus horrores. Eu vou assim levado pelo vento, sem rumo, sem norte e sem destino. Vou com a minha alegria, com o meu peso feito leveza porque o vento me ergue para lá da estrada. Eu vou levado pelo vento, indefeso e ao mesmo tempo selvagem. Eu, o vento e o amor vagabundamos por onde calha.


Sanzalando

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