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3 de junho de 2005

Café na Esplanda - como novo

"Fio": Um café na Esplanada

carranca
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Agora como novo Hoje, 20:54
Forum: Conversas de Café
Tudo isto é novo, agora. Não renego o passado, nada do que fiz, do que ficou por fazer, do sorriso que não dei, da gargalhada que forcei, dos textos que não escrevi, dos que apaguei sem os ter dado à luz.
É novo porque entrei no ano II. Continuarei a beber? Se assim me apetecer!
Dialogarei, monologarei conforme o lado que estiver virado.
Sonharei? Sempre!
Quando olho o horizonte, a célebre linha recta que afinal é curva, procuro um resto de mim. Não está lá. Não sei se fugi, se morri ou se me matei.
Não, não foi suicídio. Certo, certo, é que me matei mesmo nos segudos que escrevi, já que matei uns segundos da minha vida. E não é que me matei com prazer?
Não sei se tenho saudades ou se tenho memórias. Não posso voltar atrás, eu sei. Dei um passo em frente. Um... dois... três... perdi-lhes a conta. Desapareci. É tão definitivo e tão assustador. É bom?... dizem que sim.
Mas a verdade é que morto, fugido, desaparecido, aqui estou.
Ano II, como novo, mantendo-me sempre o eu que sou, desesperadamente procurado por mim.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

2 comentários:

  1. Verdades que nem a nós próprios contamos, medos, angústias, esperanças muitas coisas que estávamos certos que aconteceriam mas que não aconteceram e outras que nem esperávamos...o melhor da vida são aquelas palavras ditas com o coração, sentimentos, demonstrações de carinho, cumplicidades saudáveis...são coisas que nunca nos vamos arrepender e simplesmente deixar a vida acontecer.

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