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30 de março de 2007

Nada é por nada (1)

Já viste que neste caminhar eu falo, salto de palavra em palavra, assunto em assunto, desconectado com a realidade que há para além das margens deste final de zulmarinho. Não é opção, não é premeditação. É o eu mesmo ser assim. Salto de vida em vida fazendo a minha vida de um somatório de vidas.

Sabes bem que as coisas não aparecem do nada. Mas se vires chover, uns dias depois dela parar vês uma linda flor – beleza é relativa – num aparente deserto, onde não havia sinais de nada. Estava ali uma semente, se calar há uma eternidade, à espera das gotas dessa chuva para se transformar nessa harmoniosa flor. Seja que flor for, num deserto fica sempre bem.
Portanto, as coisas não aparecem do nada.

Agora caminhemos a olhar para a linha recta que é curva e imagina-te a fazer equilíbrio sobre ela, num constante desequilibrar para o lado de lá. Não é por acaso. Será por opção? Será por desequilíbrio mental? Será porquê mesmo? Decerto não é por acaso!

Vamos. Caminha ao meu lado e pensemos no íntimo do nosso silêncio.

Sanzalando

1 comentário:

  1. É! Nada é por acaso. Como é difícil saber ou tentar compreender o por quê das coisas. É mais leve apenas aceitar e não questinar.

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