Bebo sim. Que mal tem beber se é para ter a garganta assim como que oleada. Te falo melhor e só te conto as verdades, mesmo que elas não tenham existido.
Conterra, senta aqui e me ouve com ouvidos de ouvir e olhos nos olhos para eu ver que estás a ouvir.
Mermã, o zulmarinho está a entrar no tom mais escuro de Outono. Eu sei que aí, onde ele começa, tá a ficar clarinho, verdadeiro zulmarinho que até parece continua com o céu. Mas aqui no fim dele está a ficar mais escuro, parece ele está a dizer é tarde. Fica assim mais sem graça.
Mas te dezia que eu bebo para ter a garganta lubrificada e me lembrar de outros cafés, outras saudades. Outros tempos em que a dor no cotovelo não doia nem nas palavras. Sim, mermã, a dor sai dos cotovelos, vai nas mãos e de ricochete ela volta até no cérebro. Com o zulmarinho sendo zulmarinho as pessoas não vestiam tanta roupa e eu lhes via a silhueta sem ficções e outras maquinações. O Zulmarinho era mesmo zulmarinho e sol brilhava mais doirado. Agora, mermã, bebo para ver se ele clareia e só tem cacimbo nele.
Conterra manda poesia linda que fala do nosso mar, do início deste mar.
Sanzalando
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