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13 de janeiro de 2008

recorrendo a um ontem

escrito em 08-09-2004

Senta aí mermão. Senta também mermã. Eu bebo e vocês ficam aí só assim sentados a pensar comigo. Vamos manter este silêncio pondo a conversa em dia.
Se apetecer chorar, a gente chora! Se apetecer rir, a gente vai rir! Um dia, quando a morte levar a gente a gente vai ter tempo de sobra para arrumar ideias, tirar o pó dos neurónios, pôr os livros todos por ordem. Vamos ter tempo para pôr os pontos nos is. Até lá, mermão e mermã, muitos rios vão correr debaixo das pontes, muitos céus vão estar aí para a gente admirar eles, lhe ver as estrelas ao lado de quem as quer ver connosco.
Bebo uma geladinha porque me apetece. Uma antes da próxima. Não pensem que ficarei numazinha apenas. Loira é para ser bebida em série.
Aproveitemos este silêncio cortado pelas ondas deste zulmarinho que tem início lá do outro lado.
Tás a ver aquela Lua ali? Não é o satélite da Terra. Não. Podes crer que eu não te estou a enganar. Ela é mesmo o reflexo no céu da minha amada. Olha só bem para ela e fica em silêncio, ouvindo este murmulhar de espuma branca que vem beijar a areia.



Sanzalando

2 comentários:

  1. Amigo Jotacê:
    Dado o talento do pensamento, do sentimento, das palavras, da ideia, remeto-me a um silêncio como desejo.
    Brilhante!

    Abraço forte de estima e consideração

    pena

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