Espreguiço-me ao sol fazendo da vida uma festa. Tenho saudade do perfume a terra molhada, da trovoada que me aterrorizava de medo, do por de sol que me pintava a alma por breves instantes. Sim, tenho saudade mas mesmo assim faço festas, danço e rio-me porque abracei a vida tal e qual ela me é dada, sem rancores, ódios de estimação ou carícias por definição.
Sexo verbal não é meu estilo. Nas palavras estão os meus erros, as minhas virtudes, as minhas cedências e cadencias, meus tremores e outros horrores. Nas palavras me lembro, mesmo do queria ter esquecido. Nas palavras me embrulho para me descobrir sem ter que mentir nem reflectir para saber onde estou, para onde vou ou se fico por aqui mesmo.
Fazer ninhada de palavras, mimos de pontuação ou ternuras vocabulares, não é de facto o meu estilo.
Eu vou mesmo é contar estórias sem início, sem meio e sem fim, coisas de memória ou simplesmente imaginadas.
Tudo o resto é mesmo só ficção.
(mas não vou esquecer nunca onde ficou a minha placenta)
Sanzalando
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