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10 de maio de 2013

quando for velhinho

Água fria do mar me enruga os pés, me doem os dedos mas não me afecta a memória. O sol brilha quente, me aquece os poucos cabelos mas não me afecta a memória. A areia fina me atrapalha o andar mas não me afecta a memória. Por isso vagueio pensamentos enquanto molho os pé, passeio ao sol da praia.
Me lembro que tinha para aí uns 5 anos, pouco menos talvez, me perguntaram o que queria ser quando crescesse. Acho eu disse queria ser bombeiro. Tinha essa na memória e por isso acho foi o que eu disse. Podia ter dito astronauta  mas nessa altura ainda não havia dessas coisas, ou polícia ou sei lá mais o quê, mas acho mesmo disse bombeiro.
Mais tarde voltaram a perguntar, tinha para aí 10 anos e eu acho disse queria ser médico da tropa. Podia ter respondido cóbói, como lia nos livros aos quadradinhos ou da série seis balas. Sei lá. Mas eu queria ser médico, mas da tropa.
Mas agora que passei a fase do crescimento querem respostas sérias. Eu sei lá! Acho mesmo é hora de cometer erros. Esquecer paixões, gargalhar horas a fio, pegar qualquer comboio, mesmo que não vá para lado nenhum. Sei lá. Especializar-me em filosofia, mesmo que não dê para ganhar a vida dá para mudar de ideias, mudar de conceitos e voltar a cometer erros, todos os que puder, na mesma.
Quando for velhinho não me vão perguntar o que eu queria ser. Saberão!


Sanzalando

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