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3 de setembro de 2013

Neblina

Neblina acordou com o acordar do dia de hoje, num tom suave de querer parecer que se ouve: estou chegando meu amor. 
Neblina é minha companheira de faz tempo que o tempo me chamou de Zé Ninguém. Sempre que ela acorda me lembra que cada vez que a não quero ver, mais vezes a verei. Não vale a pena eu brigar com ela, porque isso seria dizer que ela é importante para mim. Na verdade eu me importo com ela, mas não gosto de lhe ver porque ela é o reflexo do meu corpo, um jogar fora de tempo até que a chuva apareça.
Quando vejo Neblina os meus sonhos parece param e a minha alma quase parece explode de dor. Mas ela não é importante, porque para mim não existe essa coisa de importante e um sonhador não sente estranha dor nem se entranha nesse sustentar de ilusões acinzentadas como se fosse uma rosa sem pétalas de esperar sentado que algo de novo aconteça.
Neblina é a minha insustentável companheira porque tem de ser.



Sanzalando

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