Tem dia que eu, Zé, de apelido Ninguém, mais a minha Neblina sentimos necessidade de escrever uma carta. Uma carta pequena que respondesse a todas as cartas que recebemos de ti, aquelas mensagens enormes, doces e cheias de romance, cheias de amor e promessas que tais, que até parecem são verdadeiras. As tuas mensagens, Nostalgia, aquelas que parecem vão durar eternidades enquanto não desaparecem, que nos vão fazer felizes enquanto não deixaste a nossa vida para trás, num passado parecido feito cacos, vazio de esquecimento forçado, horrível e desconfortado. Uma carta que recolhesse todas as migalhas, que dento duma lata até parecia eram maracas de fazer ritmo. Mas lá vem a falta de vontade e a força da Neblina e as letras ficam na memória para um dia te escrever, Nostalgia. Tem de haver um dia calmo, um dia em que Neblina vá nas compras e eu, arrumado de cabeça e pés, consiga ajeitar umas quantas palavras e te falasse como se estivesses aqui perto e te ditasse a carta para eu deixar de sentir-me preso nestas quatro paredes como se estivesse à espera que tu, Nostalgia, tivesses outro nome assim como Futuro ou Adiado. Estou cansado de sentir parece sou idiota à espera que a gente brigue ou brinque mais uma vez, que eu beba uns copos para ter a desculpa de que a má disposição vem da ressaca, de que estou tonto de tanto fumar essas coisas de fazer rir mas que apenas fazem adiar as lágrimas.
Pronto, Nostalgia, hoje não te escrevo a carta porque a Neblina me diz que não e a vontade me prende à cadeira da preguiça
Sanzalando
Sem comentários:
Enviar um comentário