Sabes como é. O Remorso é assim como a neve que derrete como um relógio. Vai-se gastando como que a me avisar que o tempo está a ficar curto e provoca aquela dor no estômago parece é fome de raiva e as palavras ficam por falar.
Estou desconformado e se calhar tu dormes tranquila, abraçada à Nostalgia e rodeada por Neblina enquanto exalas o teu perfume a me instigar a correr atrás de ti, como se elas fossem eu. Os teus lábios, se me lembro dos teus lábios, esboçam um sorriso trocista como que a querer corromper, fosse eu fácil e dócil menino da mamã, obcecado pelo obsceno sabor do teu corpo transpirado de prazer.
Dói-me o estômago e o tempo parece é vapor que sobe para um dia cair parece é chuva, mas mais não é que o Remorso diluído na Raiva dos raios de sol que desabaram na noite escura de sem lua.
Deixo por ali abandonado o Remorso, em cristais de neve que se gastam e num momento de entrega e devoção, assustado de alma e sem coração, gritando raiva sem convicção, atiro-me nos teus braços amarrados de Saudade e do muito de mim que ficou em ti. Eu, Zé Ninguém, me declaro inocente de Neblina, Nostalgia, Remorso ou Raiva e por isso sigo em frente como que para poder sair do lugar.
Sanzalando
Sem comentários:
Enviar um comentário