Eu, Zé de nome e Ninguém de apelido estou cansado de ouvir dizer que mudei. Mas ainda não ouvi uma única vez a pergunta a saber porquê. Mas também não faz mal. Estão perdidos a ver o futebol, hipnotizados nos erros e passes longos, nas raviangas e outras falhas.
- Mete na cueca, grita menina histericamente da bancada enquanto outro mundo agita cachecóis e bandeiras.
Eu, Zé Ninguém, nem ouso dizer nada que futebois e cachecóis nada entendo. Pode ser ainda haver Esperança, pode ser por ainda ser criança de gatinhar nos ditongos e solilóquios. Assim me deixo embalar pelo cair estrondoso da noite solitária em que a lua cheia me sorri sem saber que para mim sorri. Podes dizer é Amizade, aldrabar é amor, acreditar é saudade e o final é mesmo só a vontade de saborear um pecado, da gula, da ambição ou se calhar não mas também. Nunca pequei nem volto a pecar, digo-me baixinho não vá mesmo acreditar.
Meu nome por ainda é Zé e tenho como apelido Ninguém, mudei desde que nasci faz pouco tempo e mudo de vez porque morri na pena das palavras caladas para renascer na Fénix dum outro corpo esbelto, bem delineado, torneado e quem sabe bonitamente ignorado.
Enquanto assim for eu me declaro pelo amor e recuso-me morrer dele. Morro de rir porque o esqueleto morre a reflectir a sombra da lua no cinzento mar sereno duma noite destas.
Eu, Zé, de nome, e Ninguém, de apelido, Morro por mudar mantendo-me igual.
Eu, Zé, de nome, e Ninguém, de apelido, Morro por mudar mantendo-me igual.
neste momento apetecia-me apagar este texto pois acabei de saber da morte duma amiga grande, mas acho ela não ia gostar.
Belinha: até sempre!
Sanzalando
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