Eu Zé, de apelido Ninguém, conhecido pelos desconhecidos e lembrado por quem tem Memória, digo bem alto da minha voz que um dia todos se vão lembrar de mim, independentemente de quem serão os todos e quais serão as causas. Mas não é assim um mais ou menos como que passar os olhos pela lista de amigos e não sobrar nenhum para ligar a não ser eu, Ninguém de apelido e Zé de nome próprio ou apropriado.
É num assim ligar para ligar mesmo para mim. Tal e qual fizeste para me falares com a tua voz e me sentires real com os teus dedos.
Mas aí pode acontecer, e sei que vai porque sou assim um complexo de mistérios parecido com labirintos mentais, dá-se-me aquela coisa de dualidade mental. Atenderei ou não? Porque quem sabe eu terei ainda número, quem sabe eu ainda exista ou quem sabe me apeteça ser importunado, quem vai saber se saí a correr para abraçar assim num à toa só porque me ligaram?
Vá lá, pode ser que eu sinta o chão a fugir debaixo dos pés e me dê um toque de solidariedade e atenda com o meu sorriso infantil e o meu carinho paternal como se fosse uma amor de todos os tempos que a Memória ainda tenha uma vaga ideia. Pode ser que me lembre de uma qualquer música e lhe cante ao ouvido numa doce sinfonia de enganar e assim disfarce a chuva que vai na minha alma, os trovões que grito nos silêncios da lembrança e, ao mesmo tempo, lhe faça parecer que é importante, pelo menos naquele momento e se sinta feliz.
Eu, Zé Ninguém, pode ser que não tenha ninguém para brincar, nem ninguém ao lado para ver o pôr do sol, mas há de haver um todos qualquer, em lugar algum, que se vai lembrar de mim e ao sabor do vento consiga sentir o meu respirar, ouvir as palavras que soletrei em tempos idos e carregado de Saudade, me ligue e assim fique atenuada a minha dor de madrugada, a minha insónia de Vida o meu enjoo de tristeza e os meus dedos sentirão uma pele que não a minha.
É num assim ligar para ligar mesmo para mim. Tal e qual fizeste para me falares com a tua voz e me sentires real com os teus dedos.
Mas aí pode acontecer, e sei que vai porque sou assim um complexo de mistérios parecido com labirintos mentais, dá-se-me aquela coisa de dualidade mental. Atenderei ou não? Porque quem sabe eu terei ainda número, quem sabe eu ainda exista ou quem sabe me apeteça ser importunado, quem vai saber se saí a correr para abraçar assim num à toa só porque me ligaram?
Vá lá, pode ser que eu sinta o chão a fugir debaixo dos pés e me dê um toque de solidariedade e atenda com o meu sorriso infantil e o meu carinho paternal como se fosse uma amor de todos os tempos que a Memória ainda tenha uma vaga ideia. Pode ser que me lembre de uma qualquer música e lhe cante ao ouvido numa doce sinfonia de enganar e assim disfarce a chuva que vai na minha alma, os trovões que grito nos silêncios da lembrança e, ao mesmo tempo, lhe faça parecer que é importante, pelo menos naquele momento e se sinta feliz.
Eu, Zé Ninguém, pode ser que não tenha ninguém para brincar, nem ninguém ao lado para ver o pôr do sol, mas há de haver um todos qualquer, em lugar algum, que se vai lembrar de mim e ao sabor do vento consiga sentir o meu respirar, ouvir as palavras que soletrei em tempos idos e carregado de Saudade, me ligue e assim fique atenuada a minha dor de madrugada, a minha insónia de Vida o meu enjoo de tristeza e os meus dedos sentirão uma pele que não a minha.
Sanzalando
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