Eu, Zé Ninguém, companheiro da Neblina e da Nostalgia, sócio do Remorso e da Raiva, amigo do Ódio e do Ciúme, sei que existe um lugar entre o céu e o inferno onde habita a minha alma. Esse lugar recôndito (bonita palavra soletrei agora), é mais nem menos que na Solidão, para onde fui um dia jogado pela minha natureza esquisita, pelo meu desconforto e pelo meu desejo de estar por entre as estrelas na nocturna noite sem lua.
Solidão palavra sem exclamação, admiração ou adoração, lugar perfeito para soterrar a minha alma, as minhas lembranças e todas as características que sabes que eu, Zé, de apelido Ninguém, jamais suportaria ver em alguém, quanto mais em mim. Desculpa eu ser assim, honestamente assim, nem mais nem menos que assim. Não quero voltar atrás, abandonar a Solidão e dizer que és coisa e tal assim como especial. Deixa só lá estar a minha alma, que do resto trato eu e se conseguir evitar uma guerra, um grito ou apenas um ai, mudo de rumo, mais para sul, este ou oeste, mas levo comigo a Solidão mesmo que feita em pó e sem o cintilar das estrelas da noite sem lua onde um dia joguei fora a minha alma.
Sanzalando
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