Depois de tudo o que já por mim disse, eu, Zé de nome e Ninguém de apelido, poderia escrever que a minha Vida é morta e que ando mais morto que vivo uma vez que não consigo ler nas entre-linhas de mim os defuntos sentidos das minhas palavras. É triste não decifrar os abismos das paisagens ilustradas de postais vividos. Dizem é cansaço. O pior é que não sou complicado que chegue para partir a cabeça das pessoas perdidas que não sabem onde estão, para onde vão e porque são.
Eu fui e voltei tantas vezes parece um Yo-Yo. Subi e desci tantas vezes parece fui Elevador. Saltei e pulei parece fui Elástico.
Já fui palavra bonita, já fui tanta coisa que já não sei mais o que serei para além de Zé Ninguém.
Vou pintar o Sol de roxo, o mar de lilás e a terra de vermelho, vou viver ao contrário, vou caminhar à chuva e sentar-me ao vento. Vão dizer enlouqueci.
Deixem só ser assim, um eu igual a mim. Não encontrem mais nada que não vale a pena procurar. Eu, que vagabundeei palavras me retiro. Junto-me aos Ninguéns, amarroto as minhas palavras decifráveis, embrulho-as em pacotes de silêncios, atiro-as à Nostalgia e Neblina e sento-me num canto, a ver a paisagem passar e deixarei que me chamem de Louco.
Sanzalando
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