Viste, Nostalgia, a minha letra tremula? Era assim uma letra que nem cabia no entrelinhas duma sebenta encarnada que eu uso para escrever as cartas sem futuro. Ontem não te escrevi porque a Neblina não me deixou, hoje não te escrevo porque o Remorso me fez deitar todas as letras ao lixo. Pois é, Nostalgia, não quero que as minhas palavras te tirem o sorriso, te contem estórias, te façam imaginar coisas belas duma memória que já não tenho. O Remorso me cerrou os lábios e os olhos, me tirou a alegria das cores das palavras e as virgulas viraram suspiros. Junto às palavras podia seguir um presente que não era envenenado e muitas carícias que talvez merecesses numa certeza de te fazer feliz, mas o Remorso apertou-me o coração num barbante carregado de jamais e com nós de apertos na garganta
Sanzalando
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