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24 de setembro de 2013

Adeus Zé Ninguém

Eu, Zé Ninguém, de nome e apelido, afirmo neste solene momento que estou de partida para parte incerta de mim. Deixo esse gajo que tem mania
que é meu autor inventar coisas, palavras ou estórias, enredos ou contos, segredos ou descontos. Pouco me importa. Ele que se amanhe porque eu estou de partida para não me partir como humano.
Levo a Neblina e a Nostalgia, deixo o Ódio, Ciúme e a Raiva. Tenho dúvidas quanto ao Remorso. Mas também não lhe quero levar tudo nem lhe deixar tudo. Os preservativos, mentais e intelectuais, levo-os para minha segurança futura. Quem sabe um dia reapareça numa outra forma ou com novos ingredientes de sabor a chocolate ou gelado de gengibre. 
Levo também a minha nudez assim como a minha solidão, levo a minha dor e o meu travesseiro assim como as lágrimas que tarde ou cedo por aqui secarão.
Eu, Zé Ninguém me despeço morrendo de solidão porque prefiro isso, a ser morto por julgamento.


Sanzalando

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