E quando o ano inicia e o natal passou a gente faz programas a pensar no próximo natal. Agora chegados ao natal a gente faz mais mil perguntas sem responder aos programas pensados no antigamente do ano. O que é que eu vou vestir? Com quem é que vou passar o natal? Que é que eu vou comer no natal?
Mas eu fiz tudo o que pensei antes? Já não me lembro porque o natal chegou depressa demais.
Tem gente que vai comer? Tem gente que tem o que vestir? Tem gente brigada que nem falar vai e tem gente que vai ouvir esse silêncio?
Nos outros natais eu revia a família próxima e a que estava afastada e os amigos festejáva-los com postais de selo dos correios e ou telegrama. Depois veio a era moderna e foi por e-mail, por mensagem, por tanta app que já nem sei mesmo como poderia responder sem repetir ou falhar.
Neste natal, porque tudo vai ser diferente, porque tudo é diferente, porque eu estou diferente, eu vou pensar nas pessoas tristes, vou olhar nas crianças de rua desse mundo, nos idosos sem família de sentir carinho.
Eu todo o ano vejo crianças tristes e não lhes dou presente. Este natal vai ser diferente: não lhes dou presente mas lhes dou o meu pensamento e imaginação para ver se depois eu deixo de as ver triste.
Todo ano eu vejo os idosos isolados, alguns mesmo abandonados. Não lhes vou dar presente. Vou usar o meu poder, se o tiver, para que para o ano eu não lhes tenha de pensar.
O meu natal nunca mais vai ser o mesmo, nem que eu tenha de mudar o mundo.
Sanzalando