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6 de dezembro de 2020

o eu

Aqui sentado, olhos postos para lá da linha recta que é curva, pouco importando que faça sol ou chuva, calor ou frio, vento ou calmaria, saboreando o perfume da maresia, dançando pensamentos ao titmo do marulhar do zulmarinho a se espraiar na areia, saio do meu corpo e consigo chegar à terra que um dia absorveu a minha placenta num reciclável circulo de vida. 
Tudo aquilo que me fez feliz ou infeliz serviu para montar este tectriz de milhentas peças que é a minha vida, a minha estória pessoal e intransmissível. Todas são insubstituíveis, todas são aproveitáveis nas suas mais variadas formas e feitios. Uma ou outra pode ter sido esquecida e entrado naquela zona branca dos isso passou, mas a sua marca existe, não se nota mas está lá a completar o jogo do Eu que sou.
Aqui sentado não me perco de mim nem da minha terra, essência de ser eu.


Sanzalando

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