A Minha Sanzala

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22 de dezembro de 2020

invernamente me começo

Sopra um vento frio que vem lá do norte. Gelado diria eu. No meu sul deve estar um calor de fazer febre num saudável, penso para mim. Com este frio, arranjado um canto onde uma lareira me aquece, medito. Outros dirão que deliro. Outros entredentes dirão que louquei-me. Mas para mim eu prefiro o medito. É porque reflito sobre o que me aconteceu e prevejo o que me acontecerá. Sem vergonhas, medos ou truques de faz de conta. Real, verdadeiro porque é para mim que o faço. 
Podia trazer tanto sofrimento no peito, na alma e nas entranhas, que ficaria assim como que afogado, inundado que até as palavras pensadas sairiam encharcadas. Mas na verdade não trago. Se calhar é pela minha forma imatura de estar e de ser. Se calhar é da minha despistada forma de pensar. Se calhar é só uma forma peculiar de viver. 
Sou feliz. Já fui feliz e acho continuarei a sê-lo. Todas as feridas sararam mesmo que tenham deixado uma ou outra cicatriz. Mas sararam. Não sou super-herói, nem cowboy dos filmes da minha infância, chorei, limpei lágrimas e segui em frente. Hoje sigo em frente porque o ontem já passou. E com esse passar de ontens nasci faz tanto tempo que já não terei tanto futuro como tive de passado. 
Me começo num lugar onde estiver, com o tempo que estiver e com a vontade que tiver. Sou assim, arrumadamente louco por viver.


Sanzalando

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