A Minha Sanzala

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3 de julho de 2021

eu e as etapas da vida

Ando por aqui a usar da palavra, atrás do sol, à frente da chuva e escondido do vento. Tantas vezes nem me lembro se sei como está o tempo nem que tempo tenho para aqui estar. Usar a palavra solta ou em frases, parágrafos ou textos é como se fosse uma catarse (Método  psicanalítico que consiste em trazer à consciência recordações recalcadas) dos meus eus.  E por aqui vou indo, ficando, deixando o tempo correr como se fosse um rio de palavras num leito de ideias. E por aqui vou permanecer um dado tempo tornado incógnita pela incerteza do que é a vida. Mas como tenho uma vaga ideia que a vida é uma conjugação de etapas, sequenciais, consequenciais, completas ou não, tenho necessidade de saber quando uma chega ao fim.
Na verdade a permanência para além do tempo necessário numa, leva-nos à perca de alegria, à culpabilidade de perdermos o sentido das etapas que necessitamos viver ainda. É preciso encerrar ciclos, fechar portas, pausar conflitos e ter força para deixar no passado o que ao passado pertence. Soltar-me. Desprender-me. Tudo isto sabendo que não é um jogo de cartas e que, tal como neste, as cartas não estão marcadas e em consequência umas vezes saímos por cima e outras não. Não é forçoso começar um capítulo só quando o outro acabou. O anterior pode ficar suspenso, adiado o seu término porque não conseguimos arranjar um final que nos faça feliz, que nos dê alegria. Não o podemos deixar em aberto por orgulho soberba ou incapacidade. Voltaremos quando estivermos prontos para o acabar. Mas esse capítulo não pode estar a pairar sobre a nossa cabeça como se fosse uma nuvem constante, um alfinete a nos despertar a consciência. Está interrompido nesse tal passado e será retomado naquele momento, naquele instante para o terminarmos. Terminado, concluído, acabado, ponto final e novo caminho sem poeiras nem entraves.
Hoje termino a etapa do eu. Amanhã pensarei no que se seguirá. 


Sanzalando

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