A Minha Sanzala

no fim desta página

21 de outubro de 2021

da ponte velha à memória

E vamos ver o mar? Vamos ouvir o mar? Vamos sentir o perfume do mar? Ver, ouvir e cheirar o mar. Vamos só sentir o mar e todo o seu esplendor vai bater lá na moleirinha e vai dar sonhos de encantar. 
Olha só os cajos da Torre do Tombo nas piruetas a saltar da ponte mais velha que só os mais velhos se lembram para que é que serviu? Eu me lembro de ver no canto sul direito um velho guindaste. Estou a sonhar memórias irreais?
Agora são os cajos do Mucaba a pirouetar faz parecer é desafio. Bairro contra bairro. Ainda vêem os do bairro da facada mostrar como é que é. E o Baía que não é de nenhum desses lugares e salta com mais estilo que nem o estilistra da moda de agora ia conseguir dizer ele saltava com aroma de gazela, com certa pinta de de leopardo e um travo de gato domesticado. O Baía tinha estilo, mesmo quando não saltava e cantava no palco. Mas agora eu estava na ponte de me perdi no meio de saltos que saltei só de pés porque me faltou a coragem para dar um chapão que ia me levar para outro lado, pensava eu. 


Sanzalando

1 comentário:

  1. Belíssimo texto inserido nas memórias longínquas onde as crianças e as suas inseguranças revelavam a dor antecipada de uma queda ou as rivalidades imaginadas das "tribos". O pacífico Baía era respeitoso, naturalmente dotado de simpatia. Parabéns João Carlos.

    ResponderEliminar

Podcasts

recomeça o futuro sem esquecer o passado