E vamos ver o mar? Vamos ouvir o mar? Vamos sentir o perfume do mar? Ver, ouvir e cheirar o mar. Vamos só sentir o mar e todo o seu esplendor vai bater lá na moleirinha e vai dar sonhos de encantar.
Olha só os cajos da Torre do Tombo nas piruetas a saltar da ponte mais velha que só os mais velhos se lembram para que é que serviu? Eu me lembro de ver no canto sul direito um velho guindaste. Estou a sonhar memórias irreais?
Agora são os cajos do Mucaba a pirouetar faz parecer é desafio. Bairro contra bairro. Ainda vêem os do bairro da facada mostrar como é que é. E o Baía que não é de nenhum desses lugares e salta com mais estilo que nem o estilistra da moda de agora ia conseguir dizer ele saltava com aroma de gazela, com certa pinta de de leopardo e um travo de gato domesticado. O Baía tinha estilo, mesmo quando não saltava e cantava no palco. Mas agora eu estava na ponte de me perdi no meio de saltos que saltei só de pés porque me faltou a coragem para dar um chapão que ia me levar para outro lado, pensava eu.
Belíssimo texto inserido nas memórias longínquas onde as crianças e as suas inseguranças revelavam a dor antecipada de uma queda ou as rivalidades imaginadas das "tribos". O pacífico Baía era respeitoso, naturalmente dotado de simpatia. Parabéns João Carlos.
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