Sobe a temperatura. Nem o zulmarinho me arrefece o corpo que arde. É assim um arder de saudade incandescente, um queimar fluorescente, uma borboleta esvoaçando na minha cabeça numa catadupa de ideias ferventes.
O zulmarinho marulha numa perfumada maresia enquanto eu me desculpo de ser como sou e não outra personagem da minha qualquer estória, enquanto eu me desconto nos desgostos que causei nas frustrações de antanho.
Sobe a temperatura e eu desenterro-me de emoções, sonhos e do melhor que há de mim em mim. Tento ficar sem nada para mim. Sonhos e sentimentos.
Dou-os enquanto o calor me ferve o corpo que o zulmarinho me arrefecerá num dia de outros invernos.
Um dia eu vou conseguir tirar a armadura de mim e vou ser esse assim, a outra personagem de mim, mergulhado no zulmarinho purificando-me em banho-maria.
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