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29 de abril de 2006

ENTRE A DÚVIDA E A CERTEZA




Que título mais entres aspas resolvi dar ao texto que hoje não me apetece escrever. Mas é assim que eu sou e que mais posso eu fazer?
Se por um lado tenho algo que se parece com o seguro e certo,por outra tenho a dúvida e a chance de viver um turbilhão de emoções alimentado pela energia que me transmitem as ondas do zulmarinho.E isso está a incomodar-me muito,pois não sei ao certo que caminho seguir para me sentir seguro.Quando estou quase a tomar uma decisão, acontece-me algo que me faz repensar a minha decisão e ver se é realmente isso o que eu quero.
Por um lado sei que a certeza é algo mais tranquilo, mais próprio para um acordar de meia idade a meio da manhã de um dia de sol. Afinal mais vale um pássaro na mão do que dois a voar. Porém, sinceramente não sei até que ponto vale a pena ficar a segurar na mão esse pássaro que se deveria quer livre. Talvez eu esteja a fazer com que ele perca uma oportunidade de seguir seu caminho em direcção à sua liberdade. Por outro lado, tenho a intermitente dúvida, algo totalmente subjetivo,mas que a minha intuição diz que dará certo. É uma questão de tempo.
Bolas, e se a minha intuição estiver errada? Em quem devo confiar-me? À certeza ou à dúvida?
Só conversei com uma pessoa sobre esta eterna e intermitente dúvida e, claro está, que ela me disse pra não trocar o certo pelo duvidoso. Mas e quem é que me garante que esse certo é realmente o certo da certeza absoluta? Quem me garante que amanhã o pássaro não encontra alguém disposto a abrir-lhe a gaiola e a deixá-lo voar no caminho da liberdade? E aí eu fico sem o certo e sem o duvidoso. Afinal de contas as certezas que temos na vida são tão poucas.
Oh dúvida cruel!
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

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