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25 de abril de 2006

Procuro-te


Sento-me na areia semi-molhada ou semi-seca, conforme quem vem do mar ou vem da terra. Olho em volta e procuro-te num reflexo duma núvem, no estado sólido ou volátil. Converso-me, conto-me estórias que mesmo que não tenham acontecido não deixam de ser verdadeiras, embalo-me na bebedeira de sons e canticos que vêm das ondas. Procuro-te em cada grão de areia que se me cola nos pés. Quero-te ter aqui a meu lado. Sentir-te no teu perfume tropical, ficar suado na voragem dum amor irrepreensível porem não possível. Quero-te tanto que me afogo no meu querer, que me atropelo nas palavras que te quero dizer. Continuo a contar-te estórias sabendo que tu me vais ouvir. Mais cedo ou mais tarde porque o destino esta traçado e não há volta a lhe dar.
Tanto te procuro que um dia te vou achar. Estarás gorda e anafada ou divinamente bela? Que importância terá isso se fores tu?

Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

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