Vamos aproveitar que o vento passou a brisa, que o frio se aqueceu um pouco e a maresia tem mais sabor a mar, para caminhar nas palavras que ainda te tenho para dizer.
Sabes que eu sinto pena de quem não vence nunca, como também tenho daquele que nunca perde. Tenho pena de quem faz só o necessário, do que desacredita de si e dos convencidos da vida. Tenho pena de quem não foi criança, de quem não levou ralhete da kota, de quem não brincou aos polícias e ladrões. Tenho pena de quem está amarrado numa prisão de amor infrutífero e sofredor. Tenho pena de quem não vê o mundo do lado de fora da janela. Tenho pena de quem não diz palavra que depois se vai arrepender, tenho pena de quem diz que não tem um pouco de maldade no coração. Tenho pena de quem não vocifera cá para fora a raiva contida. Tenho pena de quem faz o que não gosta e de quem gosta do que não faz ou vice versa conforme estamos no ir ou no voltar. Tenho pena de quem nunca teve uma paixão. Tenho pena de quem não tem medo e dos que só se arrependem do que não fazem.
Tas a ver, hoje eu estou num dia de pena.
Sabes mesmo porquê?
Porque tenho pena de quem não sonha!Sanzalando
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