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6 de janeiro de 2007

Labirinto

Aqui estou há horas. Até parece caminho num labirinto. Me sinto cansado porque caminho e parece não saio do mesmo lugar. Estou cansadamente tonto. Mas não posso desistir pois parece já estou mesmo perto da saída. Tenho de caminhar mais um pouco. A minha respiração ofegante não me deixa ouvir o barulho do mar, meu nariz entupido não me deixa sentir a maresia. Acho mesmo vou-me sentar e ficar a olhar esse azul ondulado de branco. Logo, mais logo vai ficar escuro e eu não quero estar ainda neste labirinto. Por isso não me sento e descanso.
Acho mesmo vou-me deitar na areia das mil cores e esperar. Durmo, acordo e caminho. Tantas vezes as que forem precisas. Preciso mesmo é chegar ao fim deste labirinto. Nem que para isso eu tenha de ser arrastado por mim.
Me ouves na respiração? Me sentes no caminhar? Me ajuda mais então.
As pernas me doem e tu não me levas ao colo. Sombra que me segues mesmo na noite de luar, serves mesmo só para me ouvir. Olha lá e se eu me calasse para sempre ias fazer mais como então? Me ajuda a chegar ao fim deste labirinto que está quase quase a acabar.
Ouves o zulmarinho a te gritar para me ajudares? Uê, que até pareces tás surda.
Também te digo que quando eu sair deste labirinto tu não vais mais comigo. Arranjo outra sombra e pronto.

Sanzalando em Guimarães

1 comentário:

  1. Engraçado o facto de teres escrito sobre te sentires num labirinto.

    Trocavas a sombra? Outra seria de mais valia?

    Não sei...

    Também me perdi. Mas nem tenho sombra.

    I.

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