Hoje me sento nas pequenas bancadas do velho Atlético. Faz conta vai ter um jogo logo e isto vai estar que nem rebentar. Jogo importante neste velho e minúsculo campo não dá para esta criança entender. Faz de conta vêm jogar as estrelas dos patins que jogam nas importantes equipes de todo o território. Mas isso é só mais logo. Agora estou aqui a ver os meus botões, a recapitular os pontos negros, não os que alguma namorada mais tarde, um dia, vai forçar virem para fora. Mesmo assim, num só jeito de tentar ser feliz. Aqui sentado me tento viver sem pensar que não te tenho, que não existes num constantemente fervilhar de pensamentos. Que se existes és vento, chuva tropical, mosquito zunindo meu ouvindo ou ferrando minhas pernas desnudadas. Aqui sentado, me imagino mais logo, perdido, no meio da multidão que vai gritar os nomes, um a um das estrelas dos patins, enquanto me deslargo de ideias fixas em que tu não és corpo presente. Mais logo serei desapaixonado de todo.
Aqui, mais logo, imagináriamente, vou tirar-te da minha cabeça, afastar-te do meu coração e dizer-me que é um sonho ser feliz assim. Vou deixar de estar ocupado com pensamentos teus, com inexplicáveis razões de mostrar um rosto baço e não terei preocupações de procurar os motivos de sorrir escondendo as lágrimas da saudade.
Aqui, onde num logo mais tarde, gritarei golos, como se fosse eu o herói do jogo.
Sanzalando
Sanzalando
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