A Minha Sanzala

no fim desta página

18 de agosto de 2006

Gosto-te, separavel companheira

Caminho levado num sexto sentido indefinido e proibido. Sigo os meus passos numa incerteza de destino. Sigo-me porque me obrigo a não ficar aqui em contemplação, enquanto tu me segues porque me gostas de ouvir e eras incapaz de me deixares para aqui a falar sozinho uma qualquer empolgante estória. Sem seres descarada mostras interesse e isso me faz falar-te, deixando-me na dúvida nesse teu jogo de olhar. És minha amiga em todas as horas, seja a hora qualquer do dia ou da noite. Me segues carregando o teu silêncio, mostrando quase sempre um sorriso de olhar. Não fazes pau de cabeleira quando num sorrateiramente dás uma fuga para me deixares com os meus espíritos e voltas calada num teu igual de sempre. No teu silêncio me elogias, sem me envergonhares, me indicas as indirectas que eu entendo, me levando directo ao assunto sem emitires um som. Se eu te digo não tu sabes que é mesmo um não aquilo que eu disse. O inverso também é verdadeiro.
Me és sempre gentilmente simpática, mesmo nos dias em que descarrego as pilhas de fel num alcalino campo nunca neutro, estás sempre pronta a mostrar esse teu sorriso de olhar, a serenidade da tua presença, a candura do teu carinho, a remeter-me na caminhada serena paralela ao zulmarinho, indicando-me que do outro lado está a outra que preenche o meu corpo, alma e tudo que possa ser preenchido.
Estás sempre pronta para todas as situações, todos os climas, para o verão da manhã e inferno do fim do dia.
Estás sempre a meu lado quando te preciso e mesmo quando não te quero, sabendo que desapareces assim num piscar de olhos, carregando o teu silêncio e regressas na mesma, tal e qualzinha.
Não me pedes exclusividade porque sabes que eu só sou exclusivo naquela que me segue dentro da alma e coração.
Gosto de pensar no que estás a pensar, no que estás a ouvir, trazido nas ondas deste mar que nos afasta e nos une ao outro lado vindo de baixo, a caminho de um sul.
Gosto-te e gostar-te-ei sempre nessa eternidade que termina apenas quando acaba.
Sanzalando

1 comentário:

  1. Viva Carlos:

    Hummm...que momento esse de bela inspiração.
    Parabéns.
    A água tem de facto essa mágica dualidade de separar e de também unir.

    Um abraço,

    ResponderEliminar

Podcasts

recomeça o futuro sem esquecer o passado