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26 de agosto de 2006

O mundo que roda ao contrário

Caminho levando-te no meu paralelo assimétrico. Segues-me como lapa se segura numa pedra deste zulmarinho. Eu sei que tantas vezes eu gosto. Outras vezes o teu riso, que eu sei que ris pelos olhos que eu vejo, me incomoda, o teu jeito de andar, mesmo que eu não te veja, me incomoda, a tua vida, que desconheço na totalidade, me incomoda. A música que vem das ondas do zulmarinho me atrapalha, a conversa alheia é ruído surdecedor que ao meu jeito eu detesto.
Eu não me adequo, não me enquadro, sou deslocado.
Tem vezes que a conversa não me cabe. São cochichos soltos, assuntos perdidos, desconexos.
Não parecem meus amigos.
As coisas mudaram realmente.
E meu nome se é por alguns deles dito em voz alta me parece martelada ao entrar no meu ouvido.
Sou eu, ou o mundo que está a rodar ao contrário?
Vais ver foi que apagaram a luz e não me avisaram e eu me encontro na fase escura da vida. Vais ver eu me encontro desligado da minha corrente alterna numa alternância de consistência indefinida.
Desligado por tempo indeterminado deve ser o meu estado de mente na demência desconsertada de muita birra gelada vertida pela goela.
Mas por favor, não me deixes aqui a falar para as pedras e para as gotas do zulmarinho que me chegam desde lá do início dele e que são a minha bateria de um móvel estático.
Sanzalando

2 comentários:

  1. Cadê a poltrona?me parece um banco mesmo, mesmo que corrido!
    Pra que lado gira mesmo a terra? para o lado maior ou para o lado menor do quadrângulo?
    Pega no relógio e acerta os ponteiros, depois das 6 vem as 5!ou será ao contrário?
    SJB

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  2. Pois que não é. Nestas caminhadas em que o peso da idade faz das suas, qualquer banco de areia serve para encalhar os olhos no futuro

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