Hoje eu queria falar um texto lindo! Cinco parágrafos com coesão e coerência, voz audível em todas as entoações, uma voz como a fonte Time News Roman 12 e na hora abrir a boca eu tive que me calar para ficar em contemplação, suando gotas de suor salgado, como esse zulmarinho que me carrega as baterias da existência, mexendo as mãos com suavidade. A voz sumiu no logaritmo da concentração contemplativa de um labor de caso sério.
Há dias assim, pelo que a garganta seca e não há hipotenusas nem vectores modificantes.
Hoje não deu nem para pensar direito.
6ª feira 04-08-2006, aniversário do Namibe
Sanzalando
Cheguei toda artilhada!
ResponderEliminarTrouxe papel e lápis,
os compêndios de matemática
e de geometria,
régua, esquadro e compasso.
Tudo num braçado!
O transferidor também.
Não venho tomar sol, não!
Nem venho mirar as estrelas.
Hoje vou olhar mesmo a areia.
Não trouxe o computador
Pois é coisa que talvez
não combine com esta praia,
Me vou concentrar na areia
e tentar espreitar o zulmarinho
lá no outro lado,
onde o contador destas estórias
diz que a linha recta é curva.
Não vou espreitar caminhando sobre o diâmetro,
mesmo na ortogonal a mim…
Nãaaaa,!!!!!
… iria parar na Nova Zelândia,
e dar de caras com o irmão deste nosso zulmarinho!
Eu vou caminhar na corda da esfera
mesmo que esteja bamba,
paralela ao tal de diâmetro,
secante à tal de curva
linha do horizonte
De todos os tempos.
E vou medir meus passos.
Nos senos e cosenos,
nos logaritmos,
nos ritmos dos logares
na raiz quadrada
quase potência, ao contrário
desta trignometria
feita de ar, água e terra.
E então e o fogo?
O fogo é a tocha
enterrada na areia do Mussúlo,
lá… onde irei espreitar,
virando a saudade num quadrângulo.
……
Hoje resolvi escrever em carreirinha
Mesmo sem ser poema.
Em coluna, se quiserem!
Apenas por habituação algébrica
Na conta de somar sonhos.
Ana d’Or
Ana d'Or:
ResponderEliminarObrigado por esta coluna fantástica.
Beijos