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25 de agosto de 2006

Um segundo depois de outro e volta ao normal

Posted by Picasa Me sento na poltrona e caminho com os olhos. Disparo-os assim mesmo para o outro lado da linha recta que é curva e consigo lhe sentir os perfumes, o bafo quente do sol que lhe cai em cima. Consigo sentir-lhe como se eu estivesse a lhe pisar, eu lá, inteiramente lá. Pouco me importa que a minha areia de mil cores esteja a abarrotar de gente, que haja um coro de sons desafinados e desavindos a quererem ensurdar-me, uma nuvem de salpicos do zulmarinho enfurecido a bater na base da minha poltrona a me querer parece dizer que eu estou a mais. Me fico aqui e daqui só vou sair num breve que não faço ideia quando é que é.
Tu me olhas com ar de quem nem entende o que eu consigo frasear. E pelo teu ar imagino que imaginas que nem eu me entendo. A loucura é o caminho da certeza e eu tenho quase a certeza.
Olha que eu queria mesmo era uma birra loira estupidamente gelada e entender-me no desejo de me encontrar onde o meu coração, fábrica de amor, queria gostar de estar.
Me recuso a aceitar os segundos que me querem dar. Me recuso a ser um segundo mais aquilo que querem que eu seja. Me recuso porque eu sei que eu gasto esse segundo e me vão prometer outro e assim sucessivamente.
Eu quero mesmo é fazer um intervalo de mim para mim.
Já te vejo a vociferar palavras desconexadas no teu cérebro. Mas não te preocupes, é só mais um segundo.
Sanzalando

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