A Minha Sanzala

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9 de agosto de 2006

Podia-te

Afinal vou mesmo fazer mais como? Ontem me fugi de ti, não queria te falar nenhuma estória, não te queria contar nada de mim, pelo que em vez de caminhar na areia de mil cores, em vez de me sentar na poltrona de rocha esculpida pelas ondas do final do zulmarinho, resolvi estender a toalha gasta pelo tempo no areal, numa mistura daqueles que aqui se estendem na absorção dos raios de sol que os partem. Sentiste a minha ausência e te entristeceste. Mas eu também saudei-me de ti e hoje vim a correr para cedo te encontrar e confortar com as carícias das minhas palavras que absorves no teu silêncio.
Tu sabes que eu podia fazer parte de um qualquer destino, mas escolhi este, de ser príncipe de mim, sonhador de mil mundos, caminhante da terra que fica para lá da linha recta que é curva.
Podia ter mentido, enganado, mas procuro ficar nesta realidade escudado numa legião de sonhos, podia ter morrido, mas preferi caminhar na busca do sonho perfeito, poderia lhe ter rejeitado mas preferi amar-lhe. Podia ter uma universo a sorrir-me, mas aceitei a realidade tal como os meus olhos lhe vêem, nem se quer querendo saber se eles a vêem em três ou quarto dimensões .
Podia ter desistido, mas sei que se o tivesse feito, eu hoje nem te conhecia a ti nem lhe amava num amor de morte sobrevivida.Por isso tudo eu fujo-te na procura de estar a teu lado, ouvir-te o teu silêncio, ter-te companheira da minha solidão.
Sanzalando

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