Vamos caminhar nos nossos passos seguros de equilíbrio instável. Eu falo e tu ouves, ou finges que ouves. Tanto faz, porque o que eu gosto mesmo é de falar.
Às vezes parece estar contaminado com a ideia do ser e perco um pouco a noção da realidade, de não crer na real existência.
Sabes, tenho que acreditar que quando fecho os olhos o mundo não desaparece. Ele continua ali, à minha volta na sua fervura lenta até à evaporação total.
Te parece estranho o que eu te falo logo hoje? Hoje porque é agora, logo é agora, tudo é hoje, intemporal tempo marcado no calendário da vida.
Fecha os olhos, finge que os tens. O mundo parece desapareceu e se agora os abrires lá está tudo na mesma como te rodeava nuns instantes atrás.
O mundo não desaparece quando fecho os olhos. Mas é pena, te digo eu. Não é porque eu queria que alguma coisa desapareça, mas sim para que enquanto eu estiver de olhos fechados não perca um instante deste mundo.
Mas a realidade é aquilo que os teus olhos vêem, que o teu corpo sente?
Tenho medo que a realidade que eu sinto não seja a real forma de existência.
Me entendes?
Pelo teu silêncio parece que sim. Ou não?
Olha, eu tenho medo que na realidade nada seja real e eu ande a perder tempo com angustias inexistênciais.
Mas a verdade é que a angustia está aqui, rodeando-me, embrulhando as minhas palavras que te dirijo, como se fosse uma prenda qualquer.
Olha, o melhor mesmo é embrulhar-me de angustia e não pensar em nada, seguir o caminho como uma marioneta, procurar-te num outro lugar, onde possa descansar à tua sombra.
Sanzalando
Às vezes parece estar contaminado com a ideia do ser e perco um pouco a noção da realidade, de não crer na real existência.
Sabes, tenho que acreditar que quando fecho os olhos o mundo não desaparece. Ele continua ali, à minha volta na sua fervura lenta até à evaporação total.
Te parece estranho o que eu te falo logo hoje? Hoje porque é agora, logo é agora, tudo é hoje, intemporal tempo marcado no calendário da vida.
Fecha os olhos, finge que os tens. O mundo parece desapareceu e se agora os abrires lá está tudo na mesma como te rodeava nuns instantes atrás.
O mundo não desaparece quando fecho os olhos. Mas é pena, te digo eu. Não é porque eu queria que alguma coisa desapareça, mas sim para que enquanto eu estiver de olhos fechados não perca um instante deste mundo.
Mas a realidade é aquilo que os teus olhos vêem, que o teu corpo sente?
Tenho medo que a realidade que eu sinto não seja a real forma de existência.
Me entendes?
Pelo teu silêncio parece que sim. Ou não?
Olha, eu tenho medo que na realidade nada seja real e eu ande a perder tempo com angustias inexistênciais.
Mas a verdade é que a angustia está aqui, rodeando-me, embrulhando as minhas palavras que te dirijo, como se fosse uma prenda qualquer.
Olha, o melhor mesmo é embrulhar-me de angustia e não pensar em nada, seguir o caminho como uma marioneta, procurar-te num outro lugar, onde possa descansar à tua sombra.
Que coisa linda!
ResponderEliminarTodos temos nossos momentos
de angústia.
E descrevestes estes momentos
de uma maneira
sensível e especial...
Adorei!
"O mundo não desaparece quando fecho os olhos. Mas é pena, te digo eu. Não é porque eu queria que alguma coisa desapareça, mas sim para que enquanto eu estiver de olhos fechados não perca um instante deste mundo"
Um abraço.*Juli*
Viva Carlos:
ResponderEliminarVim lêr a tua reflexão e... dizer-te o quanto bonito fica aquele "selo" lá em cima, á direita, desta tua página.
Tudo o que podermos fazer para tentar salvar este lugar maravilhoso... é pouco.
Um abraço,
...
ResponderEliminarQuem pára um pouco para pensar e ver que este planeta maravilhoso está a pedir a ajuda de todos?
Olhe, penso como é linda a sua forma de expressar-se repleta de magia encantadora no seu pensamento feito de sonhos bons. O que diz, o que sente, o que vive, são de uma ternura beleza poética, que delicia. Muitas vezes também fecho os olhos como embalado num silêncio que me provoca bem-estar e me faz feliz. Feliz! As angústicas engendradas por conflitos da existência também moram em mim. Creio que, em toda a gente que se agita por pensar ou somente Estar. Por somente Ser. Eu estou, você está. Eu sou, você é.
ResponderEliminarNunca, mas nunca, me permitirei abandonar a criança que fui, sem angústias, sem iniquidade, sem pensamentos amedrontados.
Serei sempre o que sou, feliz por viver, atónito pela imensa beleza de tudo.
A Vida merece!
Fecharei sempre os olhos quando necessitar, planando eterna e docemente no deslumbramento do ser. É fundamental! É imprescindível!
Excelente texto!
Com estima.
Abraço.
pena
Mas a realidade é aquilo que os meus olhos vêem, que o meu corpo sente?
ResponderEliminarTambém eu tenho quase medo que a realidade que eu sinto não seja a real forma de existência.
Pior, há dias em que tenho quase certezas. Umas vezes assusto-me outras, fico baralhada. Beijo gordo.
Tem dias que o mundo desaparece.
ResponderEliminarNão sei porque mas ontem o mundo estava aqui, hoje sumiu. O que tinha importância ontem, hoje virou um grande nada. Estranho! Isso deve ser angústia.
Estou tentando entender se a realidade é aquilo que sentimos.
Uma micro-realidade, talvez.
Se tivéssemos a capacidade de sentir o que todos sentem, pderíamos conhecer a realidade. A ralidade seeria um somatório de sentimentos?
Sei lá. Não vejo como poderíamos.
Sei "hoje" que a minha realidade "agora" também está embrulhada. Sem um motivo aparente, ou se existe está lá no subconsciente.
O melhor em dias assim, eu acho, é fechar os olhos e desejar que o mundo apareça amanhã. É o que vou fazer!
.~.~.~~.
Sigo este caminho à distância, como se estivesse a procurar os rastros de uma caminhada que o mar não apagou. Dessa maneira, posso refletir sobre coisas que sozinha não faria.
É bom, solitário e muito traqüilo.