Olha só como é que eu estou. Assim mais ou menos como que entalado entre o céu e a terra, encarcerado sem liberdade, e vejo como única saída possível é fugir para a linha do horizonte. É por isso que eu caminho sobre o zulmarinho, subindo e descendo ondas, parando nas passadeiras para que os barcos passem, pulando sobre rios de água gelada que lhe correm na indiferença da mistura. Quando quero descansar paro à sombra duma nuvem. Aqui parado consigo ver as aves que parecem me imitam, só que caminham no céu usando a sua leveza de ser. Elas me olham e devem imaginar coisas deste que caminha sobre o zulmarinho na direcção da linha recta que é curva. Eu devo ter dito em voz de pensamento que sorte eles têm de poder voar, porque ali naquele deserto de mar eu ouvi um voz quase muda me dizer que não é por voar que se é livre, pois não pode voar mais alto que as nuvens altas, portanto era um prisioneiro do céu. Na minha voz de pensar retorqui, porque não sou de ficar calado, que a prisão dele era mais larga, mais ampla que a minha, bastando lhe dar uso nas asas. E recomecei a marcha sem saber se houve resposta ou não, em direcção à linha recta que é curva que me parece sempre à mesma distância independente do comprimento dos meus passos.
Cada passo eu vivi um pensamento. Posso conhecer a terra mas não lhe sei os segredos. Posso conhecer o céu, mas não lhe consigo tocar. Uma toupeira conhece melhor a terra que eu, pois lhe está mais perto do coração. Mas ela não lhe pode ver porque os olhos não lhe permitem ver. A toupeira é prisioneira da terra também.
Mudei a velocidade dos passos encurtando o seu cumprimento e segui rumo à linha recta horizontalmente curva.
Fui bafejado com a visita de golfinhos. Lhes imaginei a sorte de nadarem livremente por aquelas águas. Mas meu pensamento deve estar surdo porque devo ter dito em voz alta uma vez que o delfim que parecia quem era o mandador daquele rebanho me olhando nos olhos me respondeu que só podia sair daquela água para morrer, pelo que era um prisioneiro deste zulmarinho por onde caminho.
Cada passo eu vivi um pensamento. Posso conhecer a terra mas não lhe sei os segredos. Posso conhecer o céu, mas não lhe consigo tocar. Uma toupeira conhece melhor a terra que eu, pois lhe está mais perto do coração. Mas ela não lhe pode ver porque os olhos não lhe permitem ver. A toupeira é prisioneira da terra também.
Mudei a velocidade dos passos encurtando o seu cumprimento e segui rumo à linha recta horizontalmente curva.
Fui bafejado com a visita de golfinhos. Lhes imaginei a sorte de nadarem livremente por aquelas águas. Mas meu pensamento deve estar surdo porque devo ter dito em voz alta uma vez que o delfim que parecia quem era o mandador daquele rebanho me olhando nos olhos me respondeu que só podia sair daquela água para morrer, pelo que era um prisioneiro deste zulmarinho por onde caminho.
Sanzalando
Viva Carlos:
ResponderEliminarHá aqui qualquer "coisa" que juntaste ao template do blog que está a mandar o IE "abaixo" e a impossibilitar os comentários.
Eu estou a fazer este porque interrompi que aparecesse toda a página no monitor.
Á tua atenção.
O texto está giro.
Neste zulmarinho podes ver golfinhos... no fim da "recta que é curva" acho que isso não é possível... ou é?
Um abraço,
Amigo Jotacê:
ResponderEliminarSabe, as suas palavras não se aparentam nada com um texto em prosa. Cada frase, cada vírgula, cada som, assemelham-se a uma bela poesia. Uma bela poesia que o habita no pensamento. São versos lindos! Versos que, com o trato que lhe dá, valorizam toda a imensa ternura e dedicação pelo zulmarinho que sempre foi seu. Olhe, estou perplexo, atónito, deslumbrado. Um dia, alguém irá recordar aqui o que escreve, sei lá, talvez deliciado e, como eu, cada vez mais com palavras indecisas perante o que comentar.
Talvez, ficasse melhor remetido a um silêncio respeitador,venerador, sonhador, vendo uma realidade bem expressa de que não poderei nunca escrever tão bem.
Um Bem-Haja sincero.
Abraço amigo
pena
Nota: Deixei dois pedidos de desculpa ao meu amigo WF que não tratei de maneira adequada. Aqui fica mais um: DESCULPE!
pena ou poliedro, tanto faz.
JAMostardinha
ResponderEliminarobrigado pela diga. Já fui testar noutro PC, num portátil e com ligação à net por dial-up e não tive maka, como se diz na minha terra. Deve ter sido um temporário problema do blogger, Se te ocorrer de novo me avisa que eu 'limpo' mais o template
Abraços e cá te espero um dia para a prometida loira geladinha
Pena/ Poliedro
Com satisfação o vou lendo, aqui e lá no outro canto.
As suas palavras são sempre elogiosas, arranje lá uma ou outra para malhar neste autor, não se vá ele convencer que aprendeu a escrever
Abraços de grande amizade e simpatia
Oi anjo estava aqui conhecendo seu blog, nossa me encantei parabéns é bem criativo esse mundo azul. Quero lhe oferecer meu award para blog encantador, vc merece. E pedir se achares que mereço, um votinho no site Flor de Luz, estou em votação lá. Esta no post o link, e tem uns presentinhos la em forma de agradecimento. Anjo vou te linkar ta, quero estar todo dia aqui. bj
ResponderEliminarVais ver que todos nós temos as nossas prisões, uns lhe as conhecem outros outros fingem não as conhecer. O que interessa mesmo é a inteligência de ser livre dentro da própria prisão, agarrando o infinito da imaginação que sempre atravessa a nossa existência e nos abre portais sem princípio e sem fim. Seremos mais tristes que os outros, pois conhecemos os limites, as paredes que nos contêm???.. poderá ser, mas vivemos numa certa paz desse conhecimento.
ResponderEliminarSJB
Viva Carlos:
ResponderEliminarParece que tudo está bem... desta feita a página "correu" lindamente.
Não sei se irei ai abaixo, a minha filha está a acabar as férias e isso torna as coisas mais dificeis, mas tu podes cá vir com a familia um fim de semana e ficas cá em casa.
Da outra vez foi visita de "médico" :-)
Um abraço,
Mas que raio.. quem é este "pena ou poliedro" ? faz-me lembrar os tempos de antigamente.- perplexo, atónito ,deslumbrado, repeitador venerador, que diabo ainda não percebeu que até o próprio autor está incomodado.Toca a criticá-lo para ele se aprimorar ainda mais.
ResponderEliminaranónimo :
ResponderEliminarPonto 1 : O autor não sabe escrever mas faz um esforço para aprender .
Esta afirmação é falsa !...logo...
Ponto 2 : O poliedro é um chato (por ser uma pessoa autêntica).
Deve deixar de ser chato e passar a ser uma pessoa cínica (com total desprezo pelos seus princípios e estilo de decência comunicativa ?)
Ponto 3 : Percebo o comentário do anónimo .
Os panegíricos são do antigamente ( mais propriamente do século XIV)
E creio que (excepto na simplicidade e destinatário) a forma encaixa no estilo (fora do tempo ?)