Me sento aqui neste canto, assim como quem não me vê e falo de mim para mim numa voz calada que eu não me sou surdo.
Olho e vejo que o mundo gira como se não houvesse outra coisa mais para fazer. Matuto na infância que tive, relembro os amigos que fiz e desfiz, m’atrapalho nos episódios que vivi e que agora não queria ter vivido, me gargalho doutros que foram belos e por isso ainda me lembro.
Afinal de contas quantos anos tem a hora? É! tudo depende mesmo da velocidade com que passam as lembranças assim neste cinema das recordações, neste filme de imaginação.
O zulmarinho está nas minhas costas como que a marulhar para ver se eu lhe dou atenção, que hoje eu não estou para ali virado.
Mas hoje mesmo me sento neste canto a ver para que lado se orienta a minha bússola. Nas raízes ou em novos troncos? Mesmo melhor é deixar passar as imagens do filme e ver onde é que aparecem as legendas, que eu não sou árvore mas tenho as minhas raízes, tenho o meu tronco e os meus ramos que dão outros ramos e por aí fora que isto não é aula de biologia.
Me lembro que um dia me contaram que o dia se apaixonou da vida numa paixão de ferver o gelo de um dos pólos se não mesmo dos dois. E nessa paixão que era correspondida, nunca se queriam separar um do outro. Daí resultou que a vida se murchava nessa não separação e o dia, ao ver esse mirrar na permanência, resolveu partir assim num suave descair de claridade até à escuridão fechada, dizendo à vida que se tinha apaixonado pela noite e que lhe ia visitar.
A vida, que não é parva de todo nem de nada, achou mesmo que ali havia mentira e deixou cair-se na tristeza, amargamente chorou lágrimas salgadas. Ainda hoje chora, cada vez que se lembra do seu amado dia, por isso de vez em quando chove nos dias de nostalgia, por isso ainda hoje existe noite para que a vida possa continuar sem definhar-se na sua paixão pelo dia e por isso cada dia nasce um dia como forma de nascerem novos amores.
Olho e vejo que o mundo gira como se não houvesse outra coisa mais para fazer. Matuto na infância que tive, relembro os amigos que fiz e desfiz, m’atrapalho nos episódios que vivi e que agora não queria ter vivido, me gargalho doutros que foram belos e por isso ainda me lembro.
Afinal de contas quantos anos tem a hora? É! tudo depende mesmo da velocidade com que passam as lembranças assim neste cinema das recordações, neste filme de imaginação.
O zulmarinho está nas minhas costas como que a marulhar para ver se eu lhe dou atenção, que hoje eu não estou para ali virado.
Mas hoje mesmo me sento neste canto a ver para que lado se orienta a minha bússola. Nas raízes ou em novos troncos? Mesmo melhor é deixar passar as imagens do filme e ver onde é que aparecem as legendas, que eu não sou árvore mas tenho as minhas raízes, tenho o meu tronco e os meus ramos que dão outros ramos e por aí fora que isto não é aula de biologia.
Me lembro que um dia me contaram que o dia se apaixonou da vida numa paixão de ferver o gelo de um dos pólos se não mesmo dos dois. E nessa paixão que era correspondida, nunca se queriam separar um do outro. Daí resultou que a vida se murchava nessa não separação e o dia, ao ver esse mirrar na permanência, resolveu partir assim num suave descair de claridade até à escuridão fechada, dizendo à vida que se tinha apaixonado pela noite e que lhe ia visitar.
A vida, que não é parva de todo nem de nada, achou mesmo que ali havia mentira e deixou cair-se na tristeza, amargamente chorou lágrimas salgadas. Ainda hoje chora, cada vez que se lembra do seu amado dia, por isso de vez em quando chove nos dias de nostalgia, por isso ainda hoje existe noite para que a vida possa continuar sem definhar-se na sua paixão pelo dia e por isso cada dia nasce um dia como forma de nascerem novos amores.
Sanzalando
Viva Carlos:
ResponderEliminarAté na noite a vida pulsa cheia de energia e confiança no futuro.
Boa semana.
Um abraço,
Já lhe disse que escreve muito bem? Maravilhosamente!
ResponderEliminarPenso que já lhe disse uma carradas de vezes. Já nem se podem contar essas vezes.
Pois, vou dizer-lhe mais esta vez, que se irá repetir em mais vezes sucessivas.
Este texto é belo, sentido, existente. Retracta emoções, sentimentos, palavras sensatas e profundas.
É como vejo esta deliciosa escrita.
As palavras ficam registadas em mim, pela profundidade da escrita e pelo seu valor visível desencadeado com encanto.
Belo texto!
Abraço.
pena
Quantas vezes atiramos no que vemos e acertamos no que não vemos.
ResponderEliminarA vida é mesmo assim, mermão.
Um beijo
JotaCê:
ResponderEliminarLindooooo!
Mais uma vez meu coração
se encanta com seu lirismo...
As vezes fico lendo
o que você escreve
e imaginando as paisagens,
os sentimentos...
Você não escreve,
você nos faz sonhar...
O sentimento aflora
em cada verso
e suavemente nos embala.
Parabéns!
Um abraço.*Juli*
muito bonito..
ResponderEliminarultimamente também me tem dado para a nostalogia..