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29 de julho de 2012

delírio duma manhã de verão

Olho na tua casa e como sempre não te vejo. 
Olho na minha memória e lá estás nos teus anos vinte. É, ficaste assim, congelada na memória e eu aluguei um espaço de tempo e me escondi lá para te ver melhor e sem outros olhos a me roubar a nitidez. De imaginação te acariciei, te beijei e sorri de felicidade, aquela que me fazia rir na gargalhada pura, aquela que parecia até brilhava no som, aquela que os olhos pareciam eram de sonho. A ti que nunca me deixaste te tocar.
Neste pedaço de tempo que eu aluguei para estar contigo me recordei que houve tempos cegos que tu viste e zangaste-te que ate hoje ainda não perdoaste. Não disseste. Eu apenas sei. Recordei também pedaços de inocência nas escolhas que fizeste, na coragem que escondeste e que num dia, assim sem mais nem menos, desapareceste do meu mundo real.
Olho na tua cara e como sempre não consigo ver o que pensas e eu mantenho o meu corpo sem cortes e a minha alma sem rasgos.
Inteiramente teu até ao dia que não.

Sanzalando

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