Manhã cedo. Tão cedo que ainda não sei se faz sol ou é apenas o cacimbo a cortinar o dia. Por aqui, passeando no quadricular geométrico da cidade tento-me recontar. Já tentei começar com era uma vez um eu, rodeado de contos de fadas e sonhos, castelos e miragens e deu uma farsa. Saiu-me uma falsa estória de embalar carregada de mensagens aprendidas nas estórias infantis dos livros que já me esqueci. Não vou falar-te mais da minha cidade, não vou contar-te mais sobre o que lhe não vivi porque estava embrenhado em curtir essa utopia de cheiro de infância, essa doce vertigem de viver a adolescência como se a vida terminasse ontem.
Percorrendo hoje as ruas desertas da minha cidade, nesta madrugada que ainda não dá para adivinhar se faz sol ou vai ser só mais cacimbo, me dou conta que sou um livro vazio de sonhos e saudades que não termina com ficaram felizes para sempre. É mesmo só um livro que termina com silêncio de final feliz.
Sanzalando
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