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23 de julho de 2012

saudade

Dou comigo a caminhar junto do velho campo da bola que hoje é apenas um espaço vazio. Me lembro de ver aqui jogar o Leopoldo, o Travassos, O Bitacaia, o Neto, o Marcelino, o Monteiro da Costa e o Capela, não obrigatoriamente por esta ordem, mas foi assim que falei e é assim que registei. 
Pois é, hoje só me estou a lembrar de guarda redes. Se calhar por pensar que são seres que têm de tomar conta de espaços grandes e que não podem falhar nunca se não o caldo se entorna. Mas eu não posso falar da bola que disso ainda percebo um pouco menos que nada e por isso seria difícil conversar-me. Mas como caminhei por aqui e ainda vejo restos do velho campo marcado com cal, senti saudade de quando tudo era mais simples, sem nunca me entristecer ou olhar para o meu corpo e ver que passou tempo nele. 
Como caminhei por aqui senti saudade da minha imaginação e cegamente me lembrei daqueles que estavam aqui parados a tomar conta desta baliza que ficava mais perto do jardim onde por vezes passeio em devaneios mentais sem ter a triste consciência da realidade que me pesa no corpo. 
Eu sei que parece que eu quero ter o peso da minha inocência juvenil onde era apenasmente feliz.
Mas é só um parece, porque não esqueço os oscilantes momentos inebriantes da minha vida e eu hoje faria coisas diferentes, mas muito iguais a tantas coisas que fiz e às que desejei fazer. Teria arriscado mais. Teria querido mais. Teria feito mais. Mas ainda vou a tempo que o tempo sobra numa sombra mutável de tanto custo a que baptizei de saudade.


Sanzalando

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