Jardim da Praia do Bonfim. Caramachão de bungavílias e bancos de madeira. Eu sentado pensando em mim. Parece impossível mas é verdade, eu tentei me pensar que estava ali sentado contigo como dois velhinhos a conversar do tempo em que tínhamos tempo para estar agarradinhos a falar de futuros.
Era para ser um dia normal, um dia como outros, mas não foi. Foi onde tudo começou a se acabar, onde misturei os meus sentimentos com a minha angustia e a vontade de rever outros futuros mais verdadeiros. Não era madrugada, nem manhã, nem tarde, era um dia sem hora que gastei a te dizer que vou embora. Não pensei muito nem estudei em livros soluções de matemáticas pouco práticas de respostas rápidas. Era para ser um dia normal que acabou com toda a normalidade e ainda hoje não sei porquê.
Já não vejo o casal de velhinhos sentado no banco de madeira do jardim da Avenida da Praia do Bonfim. Já não revejo o sorriso de futuro sonhado nesse passado. Já não sinto o perfume do teu respirar adolescente, normal, suspirando por mim.
O banco do jardim está vazio esperando por mim na avenida da Praia do Bonfim.
Já não tem mais estória de era uma vez um casal de velhinhos sentados no caramachão a falar de passados.
Sanzalando
Sem comentários:
Enviar um comentário