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9 de julho de 2012

gosto de te ver todos os dias

Eu sei que é inverno e as férias fazem com que eu não te veja como te via todos os dias no pátio do liceu, na sala de aula e até a caminho de casa. Por isso passo horas na varada a ver se tu vais à varanda ou vais na cozinha ou no quintal.
Olha, estás ali. Atiraste o olhar para lado nenhum. Vieste só ver como estava o tempo, penso eu. Não me olhaste e nem sabes que eu estou na varanda a te olhar. Acho instintivamente me escondi. Estás em linha recta entre mim e a palmeira que não sei quando vai acabar de crescer. Continuas a olhar para nada, penso eu. Não consigo ver o brilho dos teus olhos. O quintalão também devia ser mais pequeno e eu te via melhor.
Viraste costas para mim como se olhasses na garagem. Saio do meu esconderijo. Admiro-te. Faz vento frio mas me aqueço a alma. Foste para dentro sem ter dado a volta para o meu lado. Eu vi-te e tu nem sabes se estou aqui ou não.
Gosto do cacimbo porque estou de férias e daqui a dias vou no planalto ver a família, passando uma noite no comboio. Mas eu gosto mais de te ver todos os dias.


Sanzalando

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