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25 de julho de 2012

pragas em dia de feira

Em Março se fazem aqui as Festas do Mar. Hoje, dia de inverno cacimbado soprado de vento leste percorro a feira vazia de gente e barracas. Dou comigo a falar sozinho, aqui era o Barbeiro Latinhas e os seus cavalos de corrida que tinha direito a relato parecia era jogo de bola e mais não era que um jogo de dados que tinha de prémio um cabaz de mercearia, ali com direito a rampa era o estúdio da Rádio que diariamente fazia a sua reportagem e tinha direito a pedir uma música e uma vez me pediram os dez mil russos que eu fiquei a saber era o Demis. Ali era o Sétimo Céu, onde nunca me deixaram entrar. Ali a feira dos espelhos, onde eu trinca espinhas virava gordo e a gente ria. 
E neste diálogo interior dou comigo a desviar pensamentos para mais do mesmo. Se pensas que te esqueço é melhor esqueceres tu. Eu vou ouvir as tuas músicas vezes sem conta, olhar as tuas fotografias até elas ficarem mesmo já sem imagem, eu vou dar as tuas formas aos livros que leio e o teu nome vai aparecer de surpresa nas conversas que tenho por ali e por aqui.
Melhor é me esqueceres se é que já não esqueceste de vez a adolescência do nosso amor infantil.
Fica a saber que os beijos que deres, seja a quem for, vão-te saber ao gosto dos meus lábios. Os olhares que trocares com outros olhos verás os meus no caminho. Os nomes que pronunciares serão automaticamente transformados no teu subconsciente no meu nome.
É, aqui onde fazem as Festas do Mar, te prago que vou permanecer nos teus beijos, nas tuas carícias, quer queiras quer não.
Depois, um dia, quando nos juntarmo-nos num eternamente enfim, juro, te farei esquecer todos os pesadelos que sonhaste.


Sanzalando

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