Talvez eu seja um prefácio dum livro que nunca escrevi. Já fui tantas coisas e, dependendo das circunstância, sou nada. Do tanto que fui, sinto-me nenhum deles. Sei que sou um sonhador, mais do que um ser pensante, voluntarioso mais do que real. Perco-me nas palavras como quem caminha por lugares desconhecidos. Sou rua deserta carregada de recordações, avenida engarrafada sem carros nem peões. Tantas vezes vendo-me os olhos para não olhar feridas antigas e cicatrizes mentais.
Quantas vezes me dei de caras com o vazio emocional e chorei porque sem alma me senti?
Não me enjaulo nas minhas prisões, nem em estados de alma ou antecipações. Não me entrego aos meus medos ou receios, não me escondo em segredos ou me sento em passeios como que atirando a toalha ao chão. Sou um inventário não catalogado, carregado de vitórias, derrotas e tantas memórias.
Sou um prefácio de mim.
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